sábado, 19 de novembro de 2011

em trânsito

as peças ganharam uma forma inusitada
amontoaram-se livremente uma sobre as outras
um surto se instalou com o tempo que se foi
agora na cidade, pronto para brincar vou me instalar
de nada pode alterar essa ganância de matar
dos homens máquinas cada vez mais loucos

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

uma flor no asfalto

iniciado o processo, todos os resíduos passaram a fluturar novamente.
no fluxo entre os lugares, fragmentalidades fundia-se a paisagem turba e passante.
a máquina rosnava, fazendo tremer o corpo. trepidação
imerso nas coisas do cotidiano, no frenesi constante, tudo passa, e as imagens ficam. arquétipos. memória.
o tom morto da superfície do asfaldo, dita o rítimo.
espelhado, manchado, rachado.
fissuras sobre rupturas provocadas pelo tempo.
tormento, lamento, enchurrada.
sons de buzinas que não param.
ressonâncias do desespero individualista narcizista do homem moderno.
atrito.
tração.
força.
colisão.
chão.
terra abençoada. lugar prometido, já diziam os populistas.
correnteza fluente, salpicando em toda gente.
lado oculto da máquina cerebrofuncional patético chamado homem.
no asfalto, pode se ver lá do alto o aglomerado de corpos a se contorcer diante da carne.

sujos diários de uma cidade. cobertores do improviso no impresivel choque.
o tempo passou, isso foi o que restou. nada mais importa. basta esperar e observar.
o filme passa lá fora e o vidro está embaçado agora.
não o conheço, nunca o vi.
mais uma flor que desabrocha.